Querida L., Ler tuas palavras me fez lembrar que esses dias tenho pensando muito em amor e em seus diversos significados. Sempre achei que amor fosse algo além de, sabe? Além de nós, algo ou alguém, que no discurso do dia a dia fosse sempre objeto, complementando o sujeito que somos. Ocorreu-me então que sempre estive errada. E, correndo o risco de soar (ainda mais) terrivelmente clichê, te digo que amor é, e sempre foi, irrevogavelmente sujeito de qualquer oração que nos pertença. Amor somos nós. Amor não vem e não se vai, porque somos sujeito, verbo, objeto, a gramática inteira, desta coisa por tantas vezes sem nome que volta e meia nos toma por completo. Eu sou amor. Tu és amor. E amor que vem de amor, amor permanece. Te sentes perdida e sem rumo, como se o amor tivesse partido de ti e te deixado partida e sozinha, a mercê. Faz sentido. Porque te digo que amor é se perder num país estrangeiro no qual não falas a língua. Cada esquina é um lugar novo. Assustadoramente nov...