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Mostrando postagens de abril, 2019

Correio Elegante

Querida L., Ler tuas palavras me fez lembrar que esses dias tenho pensando muito em amor e em seus diversos significados. Sempre achei que amor fosse algo além de, sabe? Além de nós, algo ou alguém, que no discurso do dia a dia fosse sempre objeto, complementando o sujeito que somos. Ocorreu-me então que sempre estive errada. E, correndo o risco de soar (ainda mais) terrivelmente clichê, te digo que amor é, e sempre foi, irrevogavelmente sujeito de qualquer oração que nos pertença. Amor somos nós. Amor não vem e não se vai, porque somos sujeito, verbo, objeto, a gramática inteira, desta coisa por tantas vezes sem nome que volta e meia nos toma por completo. Eu sou amor. Tu és amor. E amor que vem de amor, amor permanece. Te sentes perdida e sem rumo, como se o amor tivesse partido de ti e te deixado partida e sozinha, a mercê. Faz sentido. Porque te digo que amor é se perder num país estrangeiro no qual não falas a língua. Cada esquina é um lugar novo. Assustadoramente nov...

Outubrou!

Duas da Manhã de uma segunda-feira pós eleições. O Brasil desmoronando na cabeça das pessoas. Inúmeras incertezas, preocupações e medo do que nos espera no futuro. Só tem uma pessoa que aparentemente não está nem aí para nada disso: Meu vizinho que está ouvindo “Palavras” do Marcelo Wall, sentado no pátio da sua casa bebendo sua cerveja e sentindo um cheiro de maniçoba exalando de toda a rua e me lembrando que: É círio, Belém! Observo meu vizinho nessa madrugada sentado na cadeira branca de plástico, uma lata de Cerpa na mão e o radinho ecoando a batida do brega que entra pela meia janela aberta da minha sala. Na porta de entrada da casa dele, dá para ver um cartaz do círio colado pronto para saudar quem chegar, na porta da minha casa também tem e me dou conta que todas as casas da minha rua estão com o cartaz da santinha, seja na porta ou na parede, mas sem exceção, ela está lá. Um dia, já faz tempo, estava indo para o centro da cidade em um ônibus parado num engarrafamento ...

Obrigada, Pérola.

Faz tempo que tenho mania de passar madrugadas buscando música novas, bandas que eu me encontre ou algo que me deixa satisfeita. Tá fazendo uns 4 anos que a Dani, lá da Hungria, me perguntou: “Já ouviu Rubel?” e fácil assim, com uma pesquisa no Google, encontrei alguém que compartilhasse exatamente as mesmas dores de cotovelo que eu. Rubel só tinha lançado um álbum na época, o Pearl, e que álbum. Já começa com um “Lança o barco contra o mar, venha o vento que houver e se virar, nada”. Meu Deus, senti ali por 2014-2015 que ia ser treta. Era ano de TCC, fim do curso de jornalismo, mil aflições na cabeça, mais uma centena de dúvidas – Que até hoje seguem firmes por aqui- começaram as crises de ansiedade frequentes, mas tinha uma coisa no meio desse turbilhão de emoções que conseguia me deixar calma: Rubel. Para quem não conhece, é um jovem ariano carioca que se formou em cinema mas preferiu ser músico. Tem um tanto, a meu ver, de Marcelo Camelo e Caetano dos anos 70, junto com b...