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Uma história de amor, por favor!


Tem um fenômeno nessa vida que eu gosto muito de acompanhar, e acompanho olhando da janela, que é o mundo girando. Se a gente olha para o céu, vê as nuvens se movendo sempre para frente, elas têm formato de uma porção de coisas que só procurando muito a gente encontra. O que não percebemos é que esse movimento das nuvens vagando pela atmosfera é o mundo girando.
Daí você está na praia tomando um sorvete, olha para o horizonte e vê um navio parado. Depois do sorvete você se joga no mar, empina uma pipa, lê um livro, pega um vento e quando vê o navio já está lá longe. O mundo já girou, o tempo já passou e você nem percebeu. Engraçado, né? Essa é a coisa que eu mais gosto nesse planeta (que é redondo, por isso gira). Quando isso vem acompanhado de uma história linda de amor, chega meu coração transborda de esperança.

Essa semana fui ao casamento de dois amigos meus. Estudamos juntos o último ano do Ensino médio, onde eles se conheceram. Entre rodas de violão no intervalo, adedonhas nas aulas chatas de Matemática, começaram a namorar. Um namorico de escola, obviamente, mas ainda assim um namoro. Ficaram juntos o resto de 2011, até o implacável vestibular chegar para todos. Daí foi dúvida, incerteza, falta de maturidade para todo mundo e nem o amor mais amor poderia sobreviver. Separaram. Cada um seguiu seu caminho.

Ela namorou 5 anos um outro cara, que nem vale mencionar. Ele namorou bem mais, que também não vale ser mencionado. Aí aconteceu o que eu gosto de chamar de “Giro circunferenricial”: Quando o mundo gira ao redor da sua própria circunferência e volta para o mesmo lugar, para o famoso “Onde é que a gente estava antes de tudo desandar?”  daí BUM! Tudo de novo, certinho, da onde parou. Se reencontraram, namoraram e casaram. Como tinha de ser mesmo.

O universo – Ou Deus, também não duvido do poder dele – adia as coisas, mas nunca desiste do amor nem das pessoas. Pode levar 7 anos, mas no fim das contas tudo se ajeita. É só ter um pouco de paciência e sorte (sobretudo sorte) que vai dar certo. Sou uma romântica incorrigível, já tentei de tudo para deixar de ser pelo menos um pouco mais cética e pé no chão, mas eu vejo essas histórias de amor e não tem como deixar de acreditar, nem que seja por um segundo, nesse sentimento que chamamos, talvez com descuido, de amor.

Eu acredito que exista para cada um de nós, 7 bilhões de terráqueos, aquele que vai te completar e ele vai ser único. Ele vai ser o certo. Talvez já tenhamos encontrado com ele, talvez cruzamos na fila do banco e não prestamos atenção, até que num desses “Giros circunferenciais” vocês se encaixam. É fantasioso pensar nisso, eu sei, mas depois de semana passada, de ver minha amiga entrando de noiva na igreja e o noivo dela, colega de turma a esperando no altar, foi uma confirmação dessa minha teoria toda: Existe a pessoa certa, o único amor da sua vida. Não importa o que aconteça, o tempo que passe, a distância que interfira, vocês vão ficar juntos.

Um dia você está assistindo uma aula de Espanhol com aquele seu amigo de escola e no outro dia você está casada com ele indo para Colômbia. Louco né? Ainda bem que eu acredito no amor.

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