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Mostrando postagens de março, 2019

Incômodos

“- Não te incomoda o fato de saber que a última pessoa que te beijou antes de cair nossa parede não fui eu, foi só mais uma outra na tua conta de garotas do bar?” Quando sentaram a beira da piscina, tarde da noite, e conversaram sobre todo tipo de assunto menos o que realmente importava naquele momento, ela arregalou o olho e enxergou o que sempre quis ver mas não conseguia: ele chorando. Não quis se precipitar, baixou a cabeça e esperou ele terminar de falar, chorando. E ele disse a ela que não ficasse com medo, porque o mundo era muito grande e tinha muita gente e muita vida e muita coisa. E ela concordou. Leu na camisa dele a palavra “hard” e era isso mesmo, difícil. Tão difícil que não imaginava o tanto de coisa que seria deixada para trás. Seguiu-se o passar das horas e o voar das corujas, que sobrevoavam baixo naquela noite, tão baixo que ele se assustou. “Não te beijo”, ele disse, “Não te beijo porque não quero levar mais tempo para te esquecer. Porque agora te vejo co...

Uma história de amor, por favor!

Tem um fenômeno nessa vida que eu gosto muito de acompanhar, e acompanho olhando da janela, que é o mundo girando. Se a gente olha para o céu, vê as nuvens se movendo sempre para frente, elas têm formato de uma porção de coisas que só procurando muito a gente encontra. O que não percebemos é que esse movimento das nuvens vagando pela atmosfera é o mundo girando. Daí você está na praia tomando um sorvete, olha para o horizonte e vê um navio parado. Depois do sorvete você se joga no mar, empina uma pipa, lê um livro, pega um vento e quando vê o navio já está lá longe. O mundo já girou, o tempo já passou e você nem percebeu. Engraçado, né? Essa é a coisa que eu mais gosto nesse planeta (que é redondo, por isso gira). Quando isso vem acompanhado de uma história linda de amor, chega meu coração transborda de esperança. Essa semana fui ao casamento de dois amigos meus. Estudamos juntos o último ano do Ensino médio, onde eles se conheceram. Entre rodas de violão no intervalo, adedonha...

Sol em virgem

As pessoas estão sempre buscando algo em alguém. Ficamos anos da nossa vida procurando aqui e ali, entre rabos de saias, par de calças, pés de chinelo, alguma coisa que nos complete, que nos motive, que nos dê esperança de viver. Mas muitas vezes não notamos que tudo o que a gente precisa está dentro da nossa casa. Me dei conta de que quem eu mais preciso nesse mundo é da minha mãe e nem adianta eu olhar mais, minha mãe é primeira e a última a estar comigo. Me dei conta disso no último dia 1°. Eu e minha mãe já passamos por uns bocados e trocados. Primeiro que para eu nascer ela teve que fazer tratamento porque não podia engravidar. Fui mais que planejada, fui sonhada. Tive meu nome escolhido antes mesmo de nascer, num quarto de hotel em Copacabana. Nasci. Fiz um ano e peguei pneumonia. Fiquei na UTI, fiz cateterismo, tenho uma cicatriz na axila – que ora eu gosto por me lembrar que eu já venci essa bandida que é a morte, ora eu odeio por ser horrível de depilar ou botar uma rega...