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Mostrando postagens de julho, 2018

Tinha um salto alto no meio do caminho

Eu sempre usei Tênis ou sapatilha. Nunca tinha usado um salto alto até aquele dia, o primeiro do curso de jornalismo. Deu-se que: Minha mãe pediu para eu ir arrumada para a universidade porque depois iriamos almoçar na casa de uma amiga dela, riquíssima acredito eu, e que eu não fosse vestida como sempre me vestia: Tênis, camiseta e calça jeans. Foi então que coloquei um vestido branco e um sapato de salto da mamãe – diferente da Cinderela que não calça o mesmo pé que ninguém do reino – eu e dona Márcia calçamos iguais. Para você ver que nem sapato de salto eu tinha. Não sou a pessoa mais concentrada do mundo e acredito que muita gente que me conhece já percebeu isso. Quando tinha dois anos, quebrei um braço. Aos quatro, meu primo estourou meu dedinho na porta do Chevette do meu pai. Aos oito, fui dar um 360° na rede e quebrei o queixo. Minha sorte é minha (fada) madrinha ser enfermeira e eu sempre recorrer primeiro a ela. Aliás, minha sorte é ter na minha família tio médico ...

Amazônida, Leitora e escritora

Percebi que muitas vezes chego sem me apresentar. Talvez por eu ser tímida, talvez porque não gosto mesmo ou porque não vejo necessidade. O mundo atualmente corre tão veloz, mais que o próprio relógio, que se quiser conhecer alguém basta olhar as fotos no Instagram, as postagens no Facebook, uns memes no Twitter e pronto, vocês já são melhores amigos. Aliás, isso é algo que eu não entendo: Como podemos conhecer tanto as pessoas só de olhar redes sociais? É estranho, por exemplo, eu me sentir amiga do Antônio Prata ou do David Benincá, sendo que eu nunca os vi pessoalmente, mas já li tanto os dois que parece que já tomei café com o Prata, brinquei com os filhos dele e tive conversas completamente filosóficas com o David, tudo na minha cabeça. Leitura é um negócio louco demais. Como eu cheguei na leitura é mais louco ainda. Alguns diriam que é destino, os mais céticos diriam que é prática. Sou filha de pai e mãe geógrafos, se conheceram na semana do calouro na Universidade Federal do...

E agora, José?

Peço licença ao meu poeta preferido, que tem monumento em Copacabana, que um dia ficou tão perdido quanto eu agora que a Copa acabou. Licença Drummond, vou lhe parafrasear pois só você me entenderia no momento. Espero que daí da frente do mar, observando o calçadão, você se sinta homenageado. Obrigada.  "E agora, José? A copa acabou, o estádio fechou, o povo sumiu, o Brasil nem empolgou, e agora, José? e agora, você? você que é sem nome, que zomba dos outros, que faz Meme no twitter, que é de direita, protesta? e agora, José? Está sem a Cerva, está sem churrasco, está sem Firmino, já não pode vencer, já não pode lacrar, chorar já não pode, a noite Moscou, o hexa não veio, a sexta estrela não veio, o Gabriel Jesus não veio, não veio a vitória e tudo flopou e tudo sumiu e tudo esgotou, e agora, José? E agora, José? Sua quase falta, seu instante de gol, seu Juíz, Dona FIFA sua esperança, sua medalha de ouro, seu árbitro de vídeo, sua tarde de...

São Paulo, SP.

Fim de Junho visitei São Paulo pela primeira vez, mas minha conexão com a cidade vem desde os meus 8 anos. Mesmo só conhecendo sampa com 23 anos, parece que a cidade sempre esteve comigo graças a duas mulheres que nunca chegaram a se conhecer, mas que me criaram culturalmente: Minha mãe e Cássia Eller. Voltemos para copa de 2002, quando minha mãe saiu de Belém para acompanhar meu tio em uma cirurgia na coluna em São Paulo. Lembro de Dona Márcia sair de casa com um casaco preto, cachecol, bota preta e cabelo curto loiro entrando no avião e me dando tchau. Fiquei alguns dias com minha tia até ela retornar e segui minha vida escolar de segunda série normalmente. Alguns dias passados, estava no banho e ouvi uma voz familiar entrando por entre as brechas do box: Minha mãe. Quando você tem 8 anos, espera ter uma imagem da sua mãe agindo como mãe. Fazendo seu mingau matinal, seu almoço, levando você na escola, lhe ajudando no dever de casa, mas minha mãe nunca foi essa mãe. Você dei...