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Mostrando postagens de abril, 2024

Halley

(De acordo com o cronista Antônio Prata, o cometa Halley parece a ponta de um cotonete) Passava das 9 da noite quando eu peguei uma carona com o Adams rumo a Cidade Nova, depois de cinco cansativas horas de trabalho, escrevendo do término de casamento da Déborah Secco à Guerra na Ucrânia. A viagem não era longa, tinha cerca de 30 minutos, mas – Não sei se você convive com jornalistas – não paramos de falar um minuto. Falamos da Disney, da minha banda preferida, de chifres e traições, até chegar no cometa Halley. Pausa. Este cometa, que aparece a cada 70 anos, nunca foi visto nem por mim e nem por ele, levando em consideração que nascemos nos anos 90. Claro que eu já pesquisei sobre o famoso cometa, perguntei à minha avó e à mina mãe, à minha tia e ao meu pai, e a resposta era sempre a mesma: não lembro. É um pouco fácil as pessoas serem traídas pela própria memória. Esquecer onde deixou uma chave, onde estava no 7x1 ou quando você comemora aniversário de namoro, e está tudo bem...

A distância

Aquele abraço de longe Não foi de longe o pior Aquele abraço colado, Meio apertado Foi de perto o melhor E quando a noite findou Que o mundo ruiu E a festa acabou Você se encontrou em si e sorriu   Depois que a chuva passou E o sol abriu Fez um dia preguiçoso E você viu   Veio a saudade tomar conta No meio daqueles braços solitários Que fez o dia inteiro Frio   Vou tentar escrever carta Talvez te ligue fim da tarde Não sei se você sabe Mas tem um tempo que você não parte   Depois que você saiu No meio do abraço apertado Senti seu cheiro suado Colando no meu pedaço Que nunca desistiu   Mesmo que o mundo acabe E as horas passem Vai ter sempre seu encaixe No meu país.   Nota da autora:  Este poema foi escrito em 2020 e deu nome ao meu segundo livro (A distância), mas infelizmente foi cortado na edição. Amo demais e acho injusto ficar sem ser lido por ninguém. O livro está disponível par...